quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Relato de Parto Normal Hospitalar de Thais Bispo

RELATO DE PARTO HOSPITALAR DE THAIS BISPO - NASCIMENTO DO BERNARDO


em Maceió.

Eu queria um parto normal, porém sabia que particular seria muito difícil, e não tinha condições e ainda tinha um pouco de medo do PD. Então achei melhor ter em um hospital do SUS. Visitei a Nossa Senhora de Fátima e a Nossa Senhora da Guia, onde a querida Bárbara Rose, me levou para conhecer o hospital. Contratei uma outra Doula e tive dois encontros com a mesma e a doula backup. No primeiro, conversamos bastante sobre a gestação, o parto, o que poderia acontecer, e fizemos o plano de parto. No segundo, mais conversa sobre o caminhar da gestação, o trabalho de parto, os pródromos e fui apresentada aos exercícios para alívio das dores. O plano inicial era agüentar o TP em casa e só ir para o hospital já em cima da hora de nascer.

13/02/2015 – sexta feira de carnaval – iniciaram-se os incômodos, uma dorzinha chata nas costas, as vezes passava, depois vinha de novo, então suspeitei que pudessem ser os pródromos, mas achei melhor não fazer alarde pra não ter falsas esperanças. Avisei a doula, mas falei que estava muito leve e comecei a contar o tempo. Os intervalos eram longos, as vezes 10 minutos, as vezes 15. O namorado foi dormir comigo e durante a noite as dorzinhas continuaram. As vezes de 6 em 6 minutos, as vezes de 7 em 7, ou seja, tudo muito irregular.

14/02/2015 – sábado de carnaval – o namorado foi pra casa dele organizar umas coisas, e avisou a minha sogra que era melhor ela não viajar rsrsrs. Falei novamente com a doula e disse que as dorzinhas estavam um pouco mais fortes, mas ainda irregulares. Ela estava no Francês e a doula backup em um retiro, mas ela disse que continuasse mantendo-a informada. Durante o dia as dorzinhas foram ficando mais fortes e eu me coloquei de molho na piscininha inflável dos meus sobrinhos kkkk. Ficava deitada, de cócoras, de 4 apoios, ia mudando a posição de acordo com a dor. Já a noite informei a doula que as dores estavam de 5 em 5 min, mas que ainda eram bastante suportáveis. As 20h eu e o namorado saímos para o hospital para ver se realmente estava dilatando (ansiedade). Chegando na ST casa Farol, com contrações de 4 em 4 min o médico disse “você não tem cara de quem esta em trabalho de parto” fez o toque e lá estavam 5cm “vamos internar?” Eu: Não doutor, eu vou pra Guia. Ele: pode ir que o atendimento e as instalações são muito boas.

Chegando na Guia a obstetra faz outro toque “4cm, vamos internar”. Sem pensar muito bem, sem a presença da doula, que não conseguiu voltar do Francês, e fugindo totalmente ao plano, internamos. Lá vem o soro, mas rejeitei a ocitocina, vários toques sucessivos realizados pelas residentes e pelo médico, visto que a residente não conseguia analisar a dilatação, e lá estavam 6cm. Sobe pro pré-parto. No pré parto caminhei bastante, fiquei sentada na banqueta, com água quente nas costas, fiquei de cócoras, tentei colocar em prática o que lembrava do encontro com a doula, mas a dilatação não evoluía, em contraposição a dor evoluía bastante, e os intervalos eram cada vez menores. A cada hora vinha a residente ouvir o bebê e pressionava minha barriga com o aparelho, QUE DOR, e vinha fazer o toque, esse eu nem sentia mais. Então começou a pressão do medico “se você tivesse aceitado a ocitocina já teria parido, mas como você não aceitou vai ficar aí até de manhã, mas a escolha foi sua”.

15/02/2015 – domingo de carnaval – 3h da manha, ainda com 6 cm, já não conseguia andar, não suportava levantar, e sabia que o TP não ia evoluir se eu ficasse deitada. Comecei a me boicotar pensando que não iria conseguir, não queria mais aquilo, e pedi a ocitocina. Eles demoraram 30min para aplicar. As contrações já eram de 2 em 2 min. As 5h da manha outra médica veio e disse “quando sentir vontade pode fazer força”. As 5:30 ela disse vamos para a mesa de parto. Quase não conseguia andar, chegando lá, ela avisou que iria aplicar a anestesia para a episiotomia, meu namorado era contra, olhou para mim, porém viu que eu não esbocei reação, então deixou que fizessem (segundo ele o maior arrependimento) e então duas contrações e Bernardo já havia nascido às 6:10. Ele ficou 5 min com a gente e o levaram embora para os procedimentos. Então eu desmaiei uma vez (devido a grande perda de sangue pela episiotomia) devolveram o menino e ficamos lá 30min esperando o maqueiro, na hora de ir pra cadeira de rodas desmaiei de novo. Na enfermaria tive outro desmaio. Passei dois dias com o soro na mão, sem poder pegar meu filho direito, sem poder dar o banho dele, sem poder ir ao banheiro sozinha e nem tomar banho, tinha que comer deitada. Na maternidade o bebê não pegou a mama, mesmo com muita insistência. Em casa conseguimos fazê-lo mamar. Tive uma rejeição a linha usada e a episiotomia abriu todos os pontos externos, então fui na GO do pré natal (que era particular) e ela sugeriu refazer os pontos, ou esperar fechar, escolhi refazer (que erro, que dor), foram mais 2 meses até me livrar dos novos pontos.
Durante um bom tempo pensei que não queria mais gerar ou parir outro filho. Atualmente quero engravidar de novo, mas somente quando tiver condições de pagar um PD.

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