terça-feira, 28 de outubro de 2014

EU NÃO SOU UM ÚTERO GRÁVIDO

É preciso que uma consulta médica seja capaz de produzir conhecimento e sensação de cuidado, além de autonomia em cada indivíduo usuário(a). É urgente e normativo que o profissional médico saia de sua condição neutra de existência para fazer sentido em uma relação com o outro (a), pois é nela que ocorre a responsabilização pelo outro(a), um arcabouço ÉTICO. Queremos obstetras que ultrapassem os limites da ausência da doença, e despertem para a alteridade e a integralidade, uns dos mais importantes princípios do Sistema Único de Saúde.

Mas quem tem feito isso são as próprias mulheres, feministas maternas, que emancipam em suas vidas o senso de responsabilidade e exterminam a transmissão vertical do conhecimento em saúde, causando surtos epidêmicos de partos humanizados, diga-se, maravilhosos.

O modelo biomédico (sanitarista) nos "repassa" a ideia de gravidez através de métodos não reflexivos, superficiais, sem descobertas,. Meu obstetra mal fala comigo sobre o meu parto, o meu dia, a minha hora. Quer me condicionar a  não desejar saber os "porquÊs". Porque eu vou para uma cesárea? Porque o parto normal ? Eu já notei, ele é um operador de protocolos e condutas, e me acha um corpo a ser curado por seu ato, o ato médico.

Digo-lhe com toda tristeza e desprezo, eu não sou um útero grávido, sou uma mulher que gera a humanidade!!

Cuidado com seu médico, procure mulheres como vc.


Viva o Movimento Brasileiro de Mulheres pelo Parto Humanizado.

Um comentário:

  1. Muito importante essa conscientização, para que nós mulheres, busquemos uma assistência integral. Além de gravida, somos mulheres e queremos o direito de assistida por inteiro. Queremos o protagonismo do parto, queremos parto ativo!!

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