Relato de Parto Humanizado Hospitalar de Bela

RELATO DE PARTO HOSPITALAR DE BELA - NASCIMENTO DE LÓTUS

em Maceió.

Hoje faz 1 mês do dia mais esperado e emocionado da minha vida, dia 27/12/2013 a minha flor Lótus chega ao mundo!

Lembro que meu primeiro desejo quando descobri que estava grávida foi de ter o meu filho da forma mais natural possível, foi um desejo instintivo pois ainda não tinha nenhuma consciência de toda a complexidade que cerca um nascimento, era apenas um grande desejo dentro de mim, e meu desejo me conduziu ao melhor medico obstetra que poderia cruzar o meu caminho neste momento tão singular. Sou muito grata a minha amiga Vanessa que me indicou ele, pois moro a menos de um ano na cidade e não conheço muita gente por aqui e como sei que o Brasil é o país que lidera o ranking mundial na realização de cesarianas sei que seria muito fácil euzinha ser mais uma a cair na mão de um cesarista, mas para minha felicidade não foi este o meu caso.

Lembro da minha primeira consulta com Dr. Antonio Sergio eu perguntando para ele sobre partos na água e ele me dizendo que nunca tinha feito mas para eu não desistir do meu sonho e então na mesma consulta ele me indicou a procurar um grupo de mulheres ativistas sobre partos naturais e humanizados aqui onde estou morando na cidade de Maceió, e foi assim que conheci o grupo pelo qual sinto um imenso respeito chamado Roda Gestante, adicionei elas no facebook e a partir dai não parei de me informar, aprendi tanto, muita coisa, muita informação, e era tudo tão novo e esclarecedor que a minha vontade de ter minha filha naturalmente só crescia,  tudo que lia e pesquisava fazia todo o sentido, na verdade é tudo tão óbvio mas se não buscarmos informação nos deixamos ser engulidas pelo sistema extremamente manipulador, que falam com a maior naturalidade em “marcar a data da sua cesária” para gestantes extremamente saudáveis e que não precisariam passar por uma cirurgia tão invasiva e desnecessária, onde não existe o mínimo de respeito com o Ser que está nascendo, um bebe que passa 9 meses dentro da barriga é literalmente arrancado do ventre da mãe sem um pingo de humanidade e responsabilidade, porem o sistema  fala que é uma cirurgia super “simples” e “segura”.

Ok,então vamos nos informar... o que se sabe desde os primórdios é que todo o bebê quando esta pronto sabe nascer e que toda mulher sabe parir, nascemos com nosso corpo preparado para tal fenômeno, salvo algumas raras exceções é realmente necessário uma cesariana,  aprendi que o bebê que está com cordão umbilical enrolado no pescoço não impede um nascimento natural, que toda mulher tem passagem sim é só esperar o tempo do corpo dela, que a mulher não dilatou o suficiente é tudo balela... poéem deixemos de lado a minha visão pessoal sobre tudo que cerca a forma que os nascimentos são conduzidos no Brasil e vamos ao que interessa.

O relato do meu parto:

Dia 27/12/2013 estava com exatas 40 semanas e 2 dias de gestação, acordo pela manhã me sentindo muito pesada, com uma pressão muito grande na região pélvica, sentia que estava muito perto de parir porem me esforçava para fazer tudo normalmente, acordei as 6 da manha e fui me encontrar com meu médico que queria pela primeira vez fazer o exame de toque, então por volta das 7:30 da manhã estava com ele na consulta onde foi realizado o exame e constatado que eu estava com 1 cm de dilatação, porem com colo do útero ainda grosso e sem dores,segundo Dr Antonio estava sendo um ótimo começo pois eu estava começando a dilatar sem dores mas a dilatação completa poderia demorar alguns dias para acontecer devido ao meu colo do útero esta ainda espesso. Fui embora achando que minha filha só iria chegar depois do ano novo e segui a vida normal, saímos dali fizemos compras, subi e desci escadas, carreguei coisas e voltamos para casa, tomei café da manhã na casa da minha amiga e assim que acabei de comer por volta das 11 hs da manha as cólicas começaram, vim para minha casa, liguei para meu médico e ele falou que eu estava sentindo cólicas devido ao exame de toque que ele tinha feito e pediu para tomar buscopan, descansar e observar,assim fiz mas as “cólicas” começaram ritmadas e então percebi que o que estava sentindo não eram cólicas e sim as tão esperadas contrações, sim as contrações nada mais são do que cólicas fortes, para quem já sofre com elas mensalmente não terá nenhuma surpresa quando entrar em trabalho de parto, o que foi o meu caso... As 15 hs estava ainda em casa com minha mãezinha querida monitorando o tempo de intervalo das contrações e elas ja estavam vindo em intervalos de 5 em 5 minutos, liguei para o médico e fui para o hospital da Unimed, chegando lá fui atendida por uma obstetra da emergência que foi muito gentil ao aceitar me fazer o toque somente quando minha contração tivesse passado e assim ela fez e naquele momento estava com 3 cm de dilatação e colo do útero fino, o que indicava que eu estava entrando em trabalho de parto, ligamos para Dr Antonio para informá-lo e fiquei na sala de observação, e lá comecei a ficar tensa e consequentemente a sofrer com as contrações, elas vinham, eu me contraía e elas demoravam para passar, ate que as 16:30 hs Dr Antonio chegou e veio me ver, ele com aquele jeito dele que só quem conhece sabe, olhou nos meus olhos e falou:

-      Bela, olha para mim, lembra de tudo que conversamos ate hoje, lembra de tudo que você se informou para ter sua filha tranqüila, relaxa, lembra Bela, as contrações estão trazendo ela para perto de você, elas são sua aliada, relaxa não fica tensa!

E assim fiz, a partir daquele momento me concentrei, a cada contração que vinha eu trabalhava a minha mente para relaxar o meu corpo e como um passe de mágica eu consegui ter todo domínio sobre meu corpo, as contrações ficaram muito mais fracas e iam embora muito mais rapidamente, entrei em estado de transe, não sofria, apenas me concentrava. 

Nessa altura ainda estava aguardando na observação a Unimed decidir se ia me internar ou não, pois estava tudo lotado,inclusive a tão desejada por mim sala de PPP, mas como sou uma mulher de sorte consegui que vagassem a sala, as 17 hs estava eu no quarto aonde minha filha nasceu, enchemos a banheira e não esperei nem um minuto para ir para dentro dela, água quentinha, coloquei meu mantra (Daimoku) tocando nas caixinhas de som e entrei num estado de relaxamento profundo, foi lindo, não queria sair daquela banheira por nada, não andava, não me mexia, fiquei ali deitadinha, descansando, me concentrado, relaxando, bebendo água, fazendo Daimoku, ouvindo mais do que falando, na companhia do meu companheiro, minha amiga Gilda e meu médico, alias que equipe maravilhosa eu estava, o meu amor André me surpreendeu ficou muito calmo, seguro e 100% comprometido com o momento que estávamos vivendo e essa postura dele me passou a tranquilidade que eu precisava para me concentrar somente no que realmente importava, dar a luz, muito obrigada meu amor, de tantos momentos que já vivemos este foi sem duvidas o melhor e mais intenso, voce esta eternizado na minha alma com muito amor e respeito, TE AMO! A minha amiga Gilda foi a minha Doulinha mais amada que eu podia ter tido, ela me fez companhia em tempo integral, foi muito paciente e nao saia do meu lado um minuto se quer, me olhava com tanto amor, nos comunicávamos pelo olhar e pelas palavras doces e de incentivo que me dizia, muito obrigada amiga, nunca me esquecerei disso, foi mágico... E em meio a tanta emoção esvaziamos e enchemos a banheira varias vezes e em uma dessas o Dr Antonio fez o toque, a minha bolsa estourou, eu já estava com o tão temido 8 cm de dilatação, o que para mim não mudava em nada, a dor era a mesma, para mim a dor não ficou mais intensa em nenhum momento, ela foi a mesma ate o final, me sentia disposta fisicamente, posso até dizer que meu cansaço foi muito mais mental do que físico e então por volta das 23 hs eu e minha filha estávamos completamente prontas com 9 cm de dilatação e neste momento só dependia de mim... Neste momento não vou negar que bateu medo, medo da dor,medo de não conseguir, medo do desconhecido mas encarei e ainda dentro da banheira comecei a fazer força, queria que ela nascesse na água mas não consegui posição então segui o conselho do Dr e fui para o quarto, sentei na posição de cócoras na cama própria para parto natural, e mais uma vez me concentrei e trabalhei a minha mente para fazer a maior força que já fiz em toda a minha vida e assim foram 3 forças e 3 gritos muuuito altos, na terceira força a minha pequena Lótus chegou ao mundo, saudável, linda, pura diretamente para as mãos do Papai mais amado as 23:10 hs pesando 3270 kg e medindo 50,5 cm, André colocou ela no meu colo ainda presa no nosso cordão umbilical e eu finalmente pude dar o abraço mais gostoso e mais esperado de toda minha vida, e como pedi anteriormente o cordão foi cortado também pelo pai apenas quando parou de pulsar... e foi assim, desta forma que eu pari, com muito amor, respeito, coragem, acompanhamento médico porém sem nem uma intervenção médica!!!

O Dr Antonio Sergio foi formidável em todo o processo, pois além de ter me encorajado e incentivado os 9 meses da minha gravidez foi um profissional muito ético cumprindo com tudo que me prometeu durante as nossas consultas, meu parto foi 100% natural, calorosamente humanizado, regado de muito carinho, atenção e amor, eu não tenho palavras para agradecer todo o bem que ele me fez, usando as palavras certas nas horas certas.

Ocitocina sintética, anestesia, episiotomia nada disso é necessário para quando você tem um trabalho de parto respeitoso onde a mulher é a protagonista do momento mais íntimo e lindo de sua vida!!!

Viveria aquele momento mais um milhão de vezes!

Sei que tenho muito boa sorte de ter tido uma experiência tão linda no nascimento da minha filha mas também sei que isso só foi possível porque busquei informação, fui atrás, pesquisei e é isso que desejo a todas as grávidas lindas que tem o desejo de passar por essa linda e imperdível experiência de vida!!!

Boa sorte a todas

Isabela Garcia.

Maceió/AL.