CESARIANA É MESMO
INDOLOR?
Pedimos pra mulheres descreverem o sentimento que tiveram em
relação à cesariana no grupo "Parto Cezáreo Sim! Por quê não?" e
selecionamos algumas das declarações para apresentar no I Seminário Alagoano
sobre Humanização do Parto e Nascimento:
“Medo, angústia, solidão e uma ferida que nunca irá cicatrizar.”
(Eleide Mota)
"A sensação de não estar participando de nada.”
(Débora Soares)
“Fria, sem emoção. Impactou a amamentação”
(Juliana Freitas,
médica)
“A pior experiência da minha vida.”
(Vanessa Gomes Lemos)
“Uma experiência traumatizante e dolorosa, que trouxe consequências
quase desastrosas para a amamentação. Além disso, em virtude da limitação
física imposta, me tornou dependente de ajuda no puerpério.”
(Paula Onofre
Oliveira)
“O pós foi o cão. Muita dor ao urinar, não poder tossir, rir ou
espirrar. Ajuda do marido para colocar até a calcinha.”
(Daniele Mota de
Oliveira)
“Foi o maior inferno que eu vivi.”
(Marcelle Souza
Schott Ribeiro)
“Uma imensa sensação de vazio, antes, durante e depois. Um buraco
enorme na minha alma.”
(Ana Cristina Duarte)
“O que era pra ser o melhor dia da minha vida, foi o pior. Me senti
impotente, fiquei sozinha e minha filha longe de mim. Todos sorriam felizes,
menos nos duas. Horrível!!!”
(Vanessa Soares)
E O PARTO NORMAL PADRÃO? COMO É?
E também pedimos que as mulheres que tiveram parto normal
padrão (cheio de intervenções desnecessárias e dolorosas) nos contasse sobre
seus sentimentos em relação ao parto:
“sem acompanhante pré parto, ocitocina, camisolinha, sem água, sem
comida, enfermeiras não respondiam, toque forçado (...), bolsa rompida
artificialmente, amarrada na cama para cardiotoco de 50 min, (...), coroou, enf
me leva p sala de parto, maca fininha fiquei com medo de cair, amarra perna na
maca, (...), puxo dirigido, kristeller, episiotomia, gritos, risadas e
humilhação, episiotomia sem anestesia local, sutura sem anestesia, bebe 1 min
no colo e foi p o berçário 7 horas sem mamar. 12 pontos na episio.”
(Relato da Laura
Alonso, que foi semelhante às declarações da Karem Paladina, Luciana Pamela,
Thatiana Cardozo, e a minha, inclusive
... com algumas
variações de procedimentos ... alguns a mais ou a menos...)
(Luciana Pamela após
o parto normal frankestein)
e sobre intervenções com recém nascido... “Ouvia ele chorando sem parar. Depois de alguns minutos trouxeram meu filho todo embrulhadinho. Eu queria ver as mãozinhas, os pezinhos…. mas lá estava ele embrulhado, de luvinha, touquinha, meinha. Nem fazia ideia do que haviam feito com ele…”
(Milena Caramori)
“Sei que meu parto foi cheio de intervenções (…), mas foi normal como
planejei e não fui cortada (…),quero ter outros filhos e dessa vez, vou me
preparar melhor para teR meu PN humanizado.”
(Daniela Belo: parto
normal hospitalar/ 2 obstetras)
“Em nenhum momento eu pensei em desistir. Mesmo
quando o pediatra estava me olhando assustado e dizendo "nossa, tá
difícil", nem assim eu achei que ele não nasceria ali. Eu tinha certeza de
que conseguiria. Por isso, pra quem quer um parto normal, meu maior conselho
hoje é, informe-se e não desista, você consegue.”
(Jacqueline Freire,
parto normal hospitalar)
“Nosso médico foi essencial para conseguirmos chegar na realização
deste sonho, pois ele respeitou as minhas decisões, foi encorajador, carinhoso,
deu espaço quando eu pedia para ficar sozinha (…), e tive meu bebê de modo
normal. Foi um sonho realizado.”
(Luana Ribeiro –
parto normal hospitalar)
E O PARTO HUMANIZADO?
E... FINALMENTE... o PARTO HUMANIZADO... qual o sentimento das mulheres que tiveram um humanizado (ou que buscaram por um)? Esse parto onde a mulher é respeitada... onde a mulher não sofre intervenções desnecessárias e dolorosas... onde a mulher tem consigo o acompanhante que desejar, onde são oferecidos métodos de alívio da dor... o que as mulheres que pariram humanizadamente acharam dos seus partos?
Obs.:com exceção do relato da Larissa, todos os demais abaixo são relatos de Alagoas, de mulheres que passaram pelo grupo Roda Gestante
"Parir meu quarto filho depois de ter passado por 3 cesáreas foi a realização mais mágica da minha vida. Consegui levantar e tomei um banho! Quanta diferença!!!!! Quem teve três cesáreas, ficar em pé alguns minutos após o nascimento do filho é quase uma loucura! Eu me sentia poderosa, forte, mulher!!!!! Tomei banho e voltei para a cama limpinha e peguei meu filho no colo. Peladinho, só de fralda e enroladinho em um pano. Lindo!!! Perfeito. E o que pude falar para ele naquela hora foi: ' Obrigada! Conseguimos!' "
(Larissa Moris Hernandes, 33 anos, estudante de enfermagem,
depois do VBA3C do Francisco) esse relato foi retirado do blog da Melania Amorim – Estuda Melania, estuda! (http://estudamelania.blogspot.com.br/2012/08/estudando-vbac-1-experiencias-de-vba3c.html)
depois do VBA3C do Francisco) esse relato foi retirado do blog da Melania Amorim – Estuda Melania, estuda! (http://estudamelania.blogspot.com.br/2012/08/estudando-vbac-1-experiencias-de-vba3c.html)
“Fiquei muito satisfeita (...) tudo foi explicado antes, em nenhum momento me senti desamparada”
“A voz do meu marido no meu ouvido dizendo que ele tava vindo me fez
encontrar a força que eu considerava perdida. Então ele veio, veio pra os meus
braços. Esse foi o momento mais mágico, mais inexplicável que tive na vida. Vai
ficar cristalizado na mente.”
(Lidi Felicidade –
parto normal hospitalar)
“Eu não podia imaginar meu parto sem meus filhos...Lucas mamou minutos
antes de davi nascer e Pedro cortou o cordão.”
(Milena Caramori,
parto domiciliar)
“Cada um tem direito a escolha, eu RECUSEI SER PACIENTE QUE SE SUBMETE
A REGRAS DETERMINADAS, escolhi a AUTONOMIA, ser a dona do meu parto! O parto
foi um MOMENTO ÚNICO na minha vida, confesso que é tão mágico que ainda me
sinto com a adrenalina circulando...”
(Diana Lima, parto domiciliar)
“ tudo valeu a pena, principalmente por poder me sentir tão selvagem e
mesmo assim me tratarem com tanta humanidade.”
(Shayana Busson –
parto domiciliar)
“Senti algo inexplicável nos braços do meu esposo...uma explosão de
emoção partiu de dentro de mim...eu chorava como uma criança, e gritava de
felicidade...eu dizia que eu era feliz, e agradecia a Deus por aquilo, que
minha filha ia nascer... aquilo tomou conta de mim...e meu esposo a me abraçar
e a chorar junto comigo, numa mesma sintonia.”
(Denise, cesárea
intraparto)
“minha esposa, mãe da Maya, foi uma leoa, forte, focada, guerreira,
suportando contrações fortíssimas por horas, até conseguir estabelecer uma
conexão que eu nunca tinha sequer imaginado, uma conexão entre mãe e filha,
única.”
(Demian, sobre o
parto da esposa, Paulinha Kedouk – PD)
“Ao final de tudo considero o meu parto orgástico, puro prazer (…)
quase dois meses depois ainda estou ocitocinada, é muito amor.”
(Marcelle Tanylle)
“ lindo, mágico, místico e transformador”
(Letícia Pacheco –
VBAC domiciliar)
“Lê me permitiu estar do lado a cada
contração. Dançamos, cantamos, namoramos, fiz massagem, fiz comidinha para ela
e demos muitas risadas. Foi um momento muito feliz, a dor era presente mas não
é o que marcou nossa experiência, pois compartilhamos amor mais do que qualquer
outra coisa.”
(Joaquim Prado, sobre a esposa Letícia Pacheco)
“Foi perfeito com todas as imperfeições! A experiência mais incrível de
nossas vidas!!! Sinto-me ligada aos meus amores por essa luta e pelo amor que
dela se alimentou.”
(Gilson sobre a
esposa, Débora – PD)
“Parir é amor na essência, é transformação, é emoção. Sem dúvida a
maior experiência de amor que eu já vivi!”
(Thássia Santos –
parto domiciliar)
“Viveria aquele momento mais um milhão de vezes!
(…) linda e imperdível experiência de vida!!!”
(Bela – parto natural
hospitalar)
“um lindo, demorado, respeitoso e surreal parto natural”
(Guadalupe Sanches –
parto normal hospitalar)
“O nascimento de Analu me conectou diretamente com o divino e me levou
para o mar mais profundo de minha essência!
Chega a ser indescritível! Quero parir de novo. “
Chega a ser indescritível! Quero parir de novo. “
(Dira Eugênio: parto
domiciliar)
“Eu olhei para aqueles olhos escuros. Era um olhar profundo e muito
calmo e seguro. Naquele momento me coloquei a disposição dela para sempre. E
ela depois de olhar para nós levantou a cabeça e olhou para o lado onde todos
estavam a lhe esperar. Foi incrível! Meu esposo atrás de mim falou: Amor me dá
um beijo. E naquele instante um sentimento de muito amor tomou conta de mim e o
beijei muito.”
(Liliane Pinheiro –
parto domiciliar)
“Quero outros filhos, quero outros partos, todos dignos, respeitosos e
cheios de amor como esse foi. Parir é bom demais!”
(Cinira Honorato,
parto domiciliar) / 3 obstetras)
PS: tivemos a autorização de todas as mulheres para citá-las
com suas declarações.
O Roda Gestante tem trabalhado para empoderar as mulheres
através da informação, para que mais mulheres possam escapar de cesarianas
desnecessárias e de partos violentos. Para que consigam um parto humanizado,
assistido com respeito e profissionalismo, e que possam relembrar do parto como
um evento maravilhoso! Porque o parto é inesquecível... nada como lembrar desse
evento com saudade, relembrando que a dor foi transformadora e não sofrida.
E que venham mais relatos de bons partos!
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